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Espiritualidade

Falando à Terra / Speaking to earth

No campo da vida, os escritores guardam alguma semelhança com as árvores.
Não raro, defrontamos com troncos vigorosos e eretos, que agradam à visão pelo conjunto, não oferecendo, porém, qualquer vantagem ao viajor. Ora são altos, mas não possuem romaria agasalhante. Ora se mostram belos; todavia, não alimentam. Ora exibem flores de vários coloridos, que, no entanto, não frutificam.
São os artistas que escrevem para si mesmos, perdidos nos solilóquios transcendentes ou nas interpretações pessoais, inacessíveis ao interesse comum.
De quando em quando, topamos espinheiros. São verdes e atraentes de longe; contudo, apontam acúleos pungentes contra quantos lhes comungam da intimidade enganadora.
Temos aí os intelectuais que convertem os raios da inteligência nos venenos das teorias sociais de crueldade ou nos tóxicos da literatura fescenina, com que favorecem o crime passional e a mentira aviltante.
Por fim, encontramos os benfeitores do mundo vegetal, consagrados à produção de benefícios para a ordem coletiva. São sempre admiráveis pelos braços com que acolhem os ninhos, pela sombra com que protegem as fontes, e pelos frutos com que nutrem o solo, os vermes, os animais e os homens.
São os escritores que trabalham realmente para os outros, esquecidos do próprio “eu”, integrados no progresso geral. Sustentam as almas, transformam-nas, vestem-nas de sentimentos novos, improvisam recursos mentais salvadores e formam ideais de santificação e aprimoramento, que melhoram a Humanidade e aperfeiçoam o Planeta.
Este livro é constituído de galhos espirituais dessas árvores frutíferas. Os autores que compõem, Falando a Terra, estimulam o coração humano à sementeira de vida nova.
É a voz amiga de almas irmãs que voltam dos cumes resplandecentes da imortalidade despertando companheiros que adormeceram no vale sombrio.
Almas, que ajudam e consolam, animam e esclarecem.
Não temos, todavia, qualquer dúvida. Não obstante o mérito do que exprimem, muita gente prosseguirá sonâmbula e entorpecida.
É que o despertar varia ao infinito…
A gazela abre os olhos ao canto do pássaro. A pedra, entretanto, somente acorda a explosões de dinamite.
Resta-nos, porém, a confortadora certeza de que, se há milhões de almas anestesiadas nos enganos da carne, já contamos, no mundo, com milhares de companheiros que possuem “ouvidos de ouvir”.

Espírito Emmanuel, prefácio do livro Falando à Terra. Página recebida por Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, em 18 de abril de 1951.

In the field of life, writers bear some resemblance to trees.
Not infrequently, we are faced with vigorous and erect trunks, which are pleasing to the eye as a whole, without, however, offering any advantage to the traveler. Sometimes they are tall, but they do not have a wrapping pilgrimage. Now they are beautiful; however, they do not feed. Sometimes they display flowers of various colors, which, however, do not bear fruit.
It is the artists who write for themselves, lost in transcendent soliloquies or in personal interpretations, inaccessible to the common interest.
From time to time, we come across thorns. They are green and attractive from afar; however, they point stinging stings against those who share their deceptive intimacy.
Here we have the intellectuals who convert the rays of intelligence into the poisons of social theories of cruelty or the intoxicants of fescenine literature, with which they favor crime of passion and demeaning lies.
Finally, we find the benefactors of the plant world, dedicated to the production of benefits for the collective order. They are always admirable for the arms with which they welcome the nests, for the shade with which they protect the fountains, and for the fruits with which they nourish the soil, worms, animals and men.
They are the writers who really work for others, oblivious to their own “I”, integrated in the general progress. They sustain souls, transform them, dress them in new feelings, improvise saving mental resources and form ideals of sanctification and improvement, which improve Humanity and perfect the Planet.
This book is made up of the spiritual branches of these fruit trees. The authors who compose Falando a Terra stimulate the human heart to sow new life.
It is the friendly voice of sister souls who return from the resplendent summits of immortality, awakening companions who have fallen asleep in the dark valley.
Souls, who help and console, cheer and enlighten.
However, we have no doubts. Despite the merit of what they express, many people will continue sleepwalking and numb.
It is that the awakening varies to infinity…
The gazelle opens its eyes to the bird’s song. The stone, however, only wakes up to dynamite explosions.
However, we are left with the comforting certainty that, if there are millions of souls anesthetized in the deceptions of the flesh, we already have thousands of companions in the world who have “hearing ears”.

Spirit Emmanuel, preface to the book Speaking to Earth. Page received by Chico Xavier, in Pedro Leopoldo, on April 18, 1951.

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