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Espiritualidade

Em torno da irritação / Around the irritation

Observação estranha, mas é fato. As ocorrências da irritação aparecem muito mais frequentemente nos caracteres enobrecidos. Espécie de enfermidade da retidão, se a retidão pudesse adoecer.
A pessoa percebe a grandeza da vida, acorda para a responsabilidade, consagra-se à obrigação e passa a prestigiar disciplina e tempo, adquirindo mais ampla noção do dever, que reconhece precisa se exprimir irrepreensivelmente executado, supõem-se com mais vasta provisão de direitos. E, por vezes, leva mais longe que o necessário a faculdade de preservá-los e defendê-los, iniciando as primeiras formações de irascibilidade (irritabilidade), através da superestimação do próprio valor. Instalado o sentimento de autoimportância, a criatura abraça facilmente melindres e mágoas, diante de lutas naturais que considera por incompreensões e ofensas alheias.
Chegando a esse ponto, as vítimas dessa perigosa síndrome, vinculada à patologia da mente, surgem perante os mais íntimos na condição de enfermos prestimosos, amados e evitados, de vez que não se lhes pode ignorar a altura moral e nem adivinhar o momento da explosão. E porque o mau humor dos espíritos respeitáveis, pelo trabalho que exercem e pela conduta que esposam, dói muito mais que a leviandade de criaturas menos afeitas à dignidade e ao serviço, semelhantes companheiros estimáveis e preciosos são procurados tão somente em regime de exceção ou postos à margem pela gentileza dos outros, interpretados à conta de amigos temperamentais ou nervosos distintos.
Examinemos a nós mesmos.
Dirijamos para dentro da própria alma o estilete da introspecção.
Se a agressividade nos assinala o modo de ser, tratemos do caráter enfermiço, com a mesma atenção com que se medica um órgão doente. E se nossa consciência jaz tranquila, na certeza de que temos procurado realizar o melhor ao nosso alcance, no aproveitamento das oportunidades que o Senhor nos concedeu, estejamos serenos na dificuldade e operosos na prática do bem, à frente de quaisquer circunstâncias, lembrando-nos de que a erva-de-passarinho asfixia de preferência as árvores nobres e a tiririca se alastra, como verdadeira calamidade, justamente na terra boa.

Espírito Emmanuel, do livro Estude e Viva, psicografado por Chico Xavier.

Strange observation, but it’s a fact. Occurrences of irritation appear much more frequently in ennobled characters. Sort of sickness of rectitude, if rectitude could get sick.
The person realizes the greatness of life, wakes up to responsibility, devotes himself to the obligation and starts to honor discipline and time, acquiring a broader notion of duty, which he recognizes needs to be expressed irreproachably executed, presumably with a wider provision of rights . And, sometimes, it takes the faculty of preserving and defending them further than necessary, initiating the first formations of irascibility (irritability), through the overestimation of one’s own value. Installed the feeling of self-importance, the creature easily embraces feelings and sorrows, in the face of natural struggles that he considers due to misunderstandings and other people’s offenses.
Arriving at this point, the victims of this dangerous syndrome, linked to the pathology of the mind, appear before those closest to them in the condition of helpful, loved and avoided patients, since their moral height cannot be ignored or the moment of the explosion cannot be guessed. . And because the bad mood of respectable spirits, due to the work they perform and the conduct they espouse, hurts much more than the levity of creatures less accustomed to dignity and service, similar esteemed and precious companions are only sought in an exception regime or placed sidelined by the kindness of others, interpreted at the expense of distinguished temperamental or nervous friends.
Let’s examine ourselves.
Let us direct the stylus of introspection into our own souls.
If aggressiveness marks our way of being, let’s treat the sick character, with the same attention with which we medicate a diseased organ. And if our conscience lies at ease, in the certainty that we have tried to do the best within our reach, in taking advantage of the opportunities that the Lord has given us, let us be serene in difficulties and active in doing good, in the face of any circumstances, remembering that the mistletoe preferentially suffocates the noble trees and the sedge spreads, as a true calamity, precisely in the good soil.

Spirit Emmanuel, from the book Estude e Viva, psychographed by Chico Xavier.

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