Eis que passa no tempo a imensa caravana,
A multidão revel que humilhada se agita,
Reis, tiranos e heróis, rondando a turba aflita,
E fugindo à verdade augusta e soberana.
Sobre carros triunfais, a Treva se engalana…
E a mendaz ilusão freme, goza e palpita,
Para rojar-se, após, a miséria infinita,
Na cinza a que se acolhe a majestade humana.
Mas Tu, Mestre da Paz, que a bondade ilumina,
Guardas, imorredoura, a grandeza divina,
Sem que o lodo abismal Te ofenda ou desconforte.
Tudo passa, descendo à sombra do caminho,
Mas no sólio da cruz inda imperas sozinho,
Na vitória do amor que fulge além da morte.
Espírito Amaral Ornellas, do livro Antologia Mediúnica do Natal, psicografado por Chico Xavier.