O novo século começa heroico
Em meio à negação com que se encobre
A luta cã do pensamento estoico
Por amparar a humanidade pobre.
Disputa e dor dominam o firmamento:
Gemido em súplica inglória e vã!
Nada estanca o vívido escarmento
No louco império, grei de Leviatã!
Materialismo! Suas hostes gritam
Pela manutenção da ignorância.
Negativismo! Elas requisitam
Na sobre excitação da arrogância.
O coração anônimo das massas
Aguarda exausto e inerme nova luz
As esperanças soam-lhe escassas
Em seu calvário de martírio e cruz.
Mas o Divino Mestre lhe escuta
O anseio nobre, o clamor fecundo…
Reúne em assembleia impoluta
Semeadores para o Novo Mundo.
Convoca à vida em solo lionês
O missionário da renovação.
E Allan Kardec pisa o chão gaulês
Para o propósito da Redenção.
A Fé renasce esplêndida e robusta,
Encara frente a frente o raciocínio,
O véu levanta à verdade augusta
Em honra ao Bem Eterno e Virgínio.
Ave, Kardec, nas luzes do futuro!
Ave, fiel apóstolo do amor!
Viva o Espiritismo, almo e puro,
Que nos deixaste, em nome do Senhor!
Sayão. Poema psicografado por Geraldo Lemos Neto, em reunião pública em Belo Horizonte, no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade, em 7 de Outubro de 1991.