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Espiritualidade

Velho apólogo

  • Autor do post Por Jose Valim
  • Data do post 17/09/2021
  • Nenhum comentário em Velho apólogo

Observou o Supremo Pai que o Homem, filho de seu amor e herdeiro de sua sabedoria, tateava angustiado nas trevas da ignorância, errando no vale escuro da Morte…
Recomendou então ao Tempo a condição do peregrino das sombras à claridade da Terra onde o filho infeliz aprenderia a ciência da Vida com a Verdade, para que o túmulo não mais lhe perturbasse o caminho eterno…

Nasceu o Homem, na esfera carnal e, cuidadosa, a mestra Verdade procurou-o em pequenino.
Os zeladores do infante, todavia, pais a título precário, afugentaram-na revoltados.
—O menino é nosso! – gritaram possessos de egoísmo – é cedo, muito cedo para a intromissão da realidade.
E segregaram o aprendiz miúdo em berço de rendas mentirosas.

Em vez de revelar-lhe a condição de usufrutuário da escola terrena, conferiram-lhe perigosas ilusões. Afirmaram-lhe que o mundo era propriedade dele, que era superior aos semelhantes, que era, em suma, o único ser digo de respirar na atmosfera planetária.
Incitaram-no a dominar sempre, fosse como fosse, a vencer de qualquer modo, ainda mesmo quando o sofrimento e a miséria lhe clamassem piedade e justiça.
Quando o Homem pôs o pé fora do lar, na puberdade, era um diabo mirim. Sabia espancar, depredar, humilhar, impor-se e ferir…

Notou a Verdade que grandes obstáculos se interpunham entre ambos, mas aproximou-se e ofereceu-lhe o tesouro que trazia.
O fedelho sorriu, cínico, e objetou:
—Nada disto. Quero viver por mim mesmo.
Recolheu-se a orientadora, sem desânimo.

Aprumando-se o interessado em plena juventude, voltou a presenteá-lo com o patrimônio imperecível.
O rapaz exclamou, desdenhoso:
—Estou muito moço ainda! Seguirei sem muletas.
Retraiu-se a sublime condutora.

Decorridos alguns anos, informou-se de que o tutelado bebera novos conhecimentos nas fontes do mundo e regressou, esperançada, ao convívio dele, oferecendo-lhe os bens eternos. Sobraçando pesados compêndios, o aprendiz fujão, dessa vez, gargalhou, simiesco, declarando:
—Tenho a Terra. Não preciso do Céu. Estou bastante preocupado com questões imediatas para internar-me em problemas longínquos! A sugestão é prematura!…
Refugiou-se a instrutora nas vizinhanças, aguardando outro ensejo…

Quando o aluno refratário à lição se consorciou para converter-se em pai provisório de outros aprendizes na escola terrestre, tornou a buscá-lo, abrindo-lhe o acesso à espiritualidade superior. O protegido recusou recebê-la.
—Vivo sobremaneira ocupado… não posso cogitar de enigmas transcendentes… – assegurou.

A incansável benfeitora passou então a visitá-lo, periodicamente, na expectativa de modificação repentina.
Assim é que o Homem lhe apresentava os mais variados pretextos, em troca da oferenda divina.
—Hoje, não. Tenho a mulher enferma.
—Enquanto meus filhos estiverem desassossegados.
—Depois. Antes de tudo, é indispensável garantir o futuro da prole.
—Minha cabeça estala!
—Assumi outros compromissos, não sou livre… – Doente como estou, não arredarei pé de casa.
—Não posso faltar ao clube…

A Verdade jamais desanimou. Procurava-o, de muitos modos, cada semana. O hábil esgrimista do raciocínio, contudo, dispunha de golpes inesperados. Esquivou-se maciamente, enquanto lhe sobravam vigor e saúde. Quando se viu, porém, valetudinário e encanecido, fez-se vítima e desculpava-se, afiançando:
—Sinto-me fatigado como nunca…
—É imprescindível espichar os anos.
—Estou velho em demasia para renovar-me…

Surgiu, no entanto, um dia, em que identificou singulares diferenças em si mesmo.
Aterrado, verificou que a carne renascente estava flácida e descontrolada. O sangue engrossava-se-lhe nas veias.
A epiderme semelhava-se ao pergaminho. Os ossos rangiam, quebradiços.
A Morte impassível acercou-se dele, tentando cerrar-lhe os olhos, mas o infeliz clamou por ajuda. Socorreu-o a Ciência com picadas e beberagens. A Fé orou sentidamente, junto ao leito acolhedor.
O mísero, porém, temendo a escuridão do sepulcro, bradava para dentro do próprio coração:
—A Verdade! Quero a Verdade!…
A benfeitora, reconhecendo-o novamente cego, viu-se inibida de atender. Inclinando-se-lhe aos ouvidos, esclareceu:
—Agora é tarde…
O moribundo suplicou a intervenção do Tempo, mas o Tempo escusou-se, informando, inflexível:
—Agora será necessário esperar…
E a Morte, querida e detestada, respeitada e incompreendida, aproximou-se serenamente, baixou o pano e concluiu:
—Agora, é comigo. Tratarei de seu caso.

Irmão X, do livro Luz Acima. Página recebida por Chico Xavier

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