No mundo, resguardamos zelosamente livros e pergaminhos, empilhando compêndios e documentações em largas bibliotecas, que são cofres fortes do pensamento. Preservamos tesouros artísticos de outras eras, em museus que se fazem riquezas de avaliações inapreciáveis. Perfeitamente compreensível que assim seja. A educação não prescinde da consulta ao passado.
Acautelamos a existência de rebanhos e plantações contra os flagelos supervenientes, despendendo milhões para sustar ou diminuir a força destrutiva das inundações e das secas. Mobilizamos verbas astronômicas no erguimento de recursos patrimoniais devidos ao conforto da coletividade, tanto no sustento e defesa das instituições quanto no equilíbrio e aprimoramento das relações humanas. Claramente normal que isso aconteça. É indispensável sustentar as exigências do presente com todos os elementos necessários à respeitabilidade da vida.
Urge, entretanto, assegurar o futuro, a iniciar-se impreciso, no mundo ingênuo da infância. Abandonar os pequeninos ao léu, na civilização magnificente da atualidade, é o mesmo que levantar soberbo palácio farto de viandas, abarrotado de excessos e faiscante de luzes, relegando o futuro dono ao relaxamento e ao desespero, fora das portas. A criança de agora fará a nossa biografia e o retrato depois. É preciso observar que, segundo os princípios da reencarnação, os meninos de hoje desempenharão, amanhã, junto de nós, a função de pais e conselheiros, orientadores e chefes. Não nos cansemos, pois, de repetir que todos os bens e todos os males que depositamos no espírito da criança ser-nos-ão devolvidos.
Emmanuel, do livro O Homem Coração, psicografado por Chico Xavier