Na propaganda espírita e na extensão do Evangelho, é imperioso atender à tarefa básica que nos cabe cumprir.
Ensinaremos a humildade com frases oportunas e bem-feitas; entretanto, se o orgulho ainda mora conosco, toda a nossa conceituação primorosa é simples ruído ao vento.
Pregaremos o impositivo da fé, mobilizando apontamentos dos grandes instrutores. Todavia, se não revelamos confiança em Deus e em nós mesmos, o próximo necessitado encontrará em nossa intimidade apenas o sermão precioso e vazio. Encareceremos a obrigação da caridade, como exclusivo recurso na sustentação da harmonia entre as criaturas. No entanto, se o egoísmo se oculta na cidadela de nosso espírito, em vão recorreremos ao socorro da virtude, de vez que a sinceridade não nos clareará o caminho. Demonstraremos, com robusta argumentação, o valor do trabalho, como fator de progresso; contudo, se confiamos nossa vida à rebeldia e à ociosidade, nossos apelos redundarão em pura inutilidade, porque a ferrugem de nossa existência contagiará quem nos ouve, gerando perturbação e indisciplina.
Somos, assim, em toda parte e em todas as situações, defrontados por uma obra essencial a cuja execução não conseguiremos fugir sem dano grave. Essa obra reside no aprimoramento de nossa própria alma. Somos o problema nevrálgico da salvação terrestre. Sem nossa elevação pessoal, o lar que nos abriga é incapaz de soerguer-se. E sem a reabilitação de nosso templo doméstico, estará sempre incompleta a recuperação social que pretendemos efetuar com o Cristo. Acordemos, desse modo, para as exigências da vida eterna. Construamos em nós a humildade e o amor, a fé e o serviço. Ao luzeiro do Evangelho, a Humanidade é a assembleia que nos estuda e examina, esperando-nos o testemunho renovador.
Peçamos, pois, a Cristo a força precisa para a superação de nossas próprias fraquezas, na convicção de que, aperfeiçoando com sinceridade a nós mesmos, diante do mundo, Jesus, pela redenção do mundo, fará brilhantemente o resto.
Emmanuel, do livro O Homem Coração, psicografado por Chico Xavier