Não nos esqueçamos de que há também uma caridade que devemos a nós mesmos, a fim de que a caridade que venhamos a praticar, à frente do mundo, não se reduza a mera atitude de superfície.
Caridade que nos eduque no espírito do Senhor, cuja Doutrina de luz abraçamos com o pensamento e com os lábios e que, pouco a pouco, nos cabe esposar com toda a alma e coração.
Para exercê-la é preciso que saibamos:
—perdoar as falhas alheias sem desculpar-nos;
—cooperar nas boas obras sem aguardar a colaboração do companheiro;
—ajudar aos que nos cercam sem esperar que nos retribuam;
—dar do que temos e detemos sem cobrar o imposto da gratidão;
—iluminar o caminho que nos é próprio, aprendendo a vencer as sombras que ainda se nos adensem ao redor;
—calar para que os outros falem;
—defender os outros, sem procurar defender-nos;
—humilharmo-nos, sem pedir que os outros se humilhem;
—reconhecer nossas falhas e corrigi-las;
—servir sem recompensa, nem mesmo a da compreensão que nos remunera com o salário do reconforto;
—trabalhar incessantemente, sem aguardar aguilhões que nos constranjam ao desempenho dos deveres que nos competem;
—sentir no irmão de experiência necessidades e dores iguais às nossas, para que a vaidade não nos induza à cegueira;
—considerar a bondade constante do Senhor que opera sempre o melhor, em nosso benefício, e cultivar o reconhecimento a Ele, através do sacrifício, em favor daqueles que nos rodeiam.
Aperfeiçoarmo-nos por dentro é ajudar por fora com mais segurança e como salvar significa recuperar com finalidades justas no trabalho comum, assim como oferecemos mão forte à árvore a fim de que ela cresça, frondeje e produza para o bem de todos, salvando-se da inutilidade, também o Senhor espera que nos aprimoremos, transformando-nos em instrumentos vivos de seu Infinito Amor, onde estivermos.
Emmanuel, do livro Atenção, psicografado por Chico Xavier