Não são poucos os estudiosos que procuram investigar os domínios da ciência psíquica, na sede de encontrar o lado verdadeiro da vida; porém, se muitas vezes acham apenas o malogro das suas esperanças, o soçobro dos seus ideais, é que se entregam aos estudos arriscados sem preparação prévia para resolver tão altas questões, errando voluntariamente com espírito de ceticismo, muitas vezes injustificável, já que não é filho de raciocínio acurado e profundo. O êxito no estudo de problemas tão transcendentais demanda a utilização de fatores morais, raramente encontrados; daí a improdutividade de entusiasmos e desejos que podem ser ardentes e sinceros.
O utilitarismo
A ausência de demonstrações histológicas não implica a inexistência do Espírito. É essa certeza que compete à Ciência atingir.
Muitos obstáculos, contudo, se opõem à obtenção desse desiderato, aliando-se ao preconceito acadêmico o utilitarismo desenfreado que infesta a política e a religião; é ele o maior inimigo da expansão das verdades espiritualistas no mundo, porque oriundo de interesses inferiores e mesquinhos. A própria tendência ao ateísmo, imperante em quase todas as classes sociais, é um derivativo lógico do espírito de interesse, que tem destruído a beleza dos princípios religiosos, desvirtuados pelo utilitarismo de falsos missionários.
Mas, confiemos na influência do espiritualismo; em futuro próximo, a sua atuação eminentemente benéfica há de se fazer sentir, destruindo tudo quanto de nocivo e inútil encontrar em sua passagem.
Espírito Emmanuel, do livro homônimo, psicografado por Chico Xavier, em 1937.