Compadece-te do legislador – ele responde por muita gente.
Compadece-te do juiz – ele pode enganar-se.
Compadece-te do sacerdote – ele é responsável pelas revelações do céu.
Compadece-te do médico – ele dará testemunho de pesadas obrigações.
Compadece-te do administrador – ele sofre para decidir.
Compadece-te do servo – ele padece, aprendendo a obedecer.
Compadece-te do rico – ele partirá da terra sem o próprio corpo.
Compadece-te do pobre – ele pode perder a boa lição da vida através da revolta ou da indisciplina.
Compadece-te do velho – ele começa a sentir os golpes da verdade.
Compadece-te do jovem – ele é suscetível de mergulhar-se nos abismos da ilusão.
Compadece-te do ambicioso – ele alcança, muitas vezes, o fim do corpo, de mãos dilaceradas e vazias.
Compadece-te do desanimado – ele congela as oportunidades de esperança e serviço.
Compadece-te do forte – ele, nem sempre, sabe fugir às sugestões fascinantes da vaidade.
Compadece-te do fraco – ele, frequentemente, se prosterna, ante as armas do crime, convertendo-se em servidor inconsciente do mal.
Compadece-te daquele que te orienta, daquele que te obedece, daquele que te procura na condição de adversário, de amigo, de irmão…
A vida humana é uma escola vasta e bendita.
Cada inteligência encarnada se destaca, em suas classes inúmeras, através de situações diferentes.
E todas as criaturas, diante da Grandeza Divina e perante a Glória Espiritual que nos cabe atingir, apresentam, em caracteres invisíveis, mas infinitamente vivos, no próprio peito, o apelo individual de todos os tempos:
Ajuda-me! – compreende-me! – Compadece-te de mim!
André Luiz