Há muitos Espíritos superiores que concorrem poderosamente com obra regeneradora, mas nem todos são messias. É preciso distinguir:
Primeiro – Os Espíritos superiores que agem livremente, e de sua própria vontade.
Segundo – Os Espíritos marcados, quer dizer, designados para uma missão importante. Eles têm a irradiação luminosa que é o sinal característico de sua superioridade. São escolhidos entre os Espíritos capazes de cumpri-la; no entanto, como têm seu livre-arbítrio, podem falhar por falta de coragem, de perseverança e de fé, e não estão ao abrigo dos acidentes que podem abreviar seus dias. Mas como os desígnios de Deus não estão a mercê de um homem, o que um não faz, um outro é chamado a fazê-lo. É porque há muitos chamados e poucos escolhidos. Feliz aquele que cumpriu sua missão segundo os objetivos de Deus e sem desfalecimento!
Terceiro – Os Messias, seres superiores chegados ao mais alto grau da hierarquia celeste, depois de terem chegado a uma perfeição que os torna, doravante, infalíveis e acima das fraquezas humanas, mesmo na encarnação. Admitidos no conselho do Mais Alto recebem diretamente sua palavra, que estão encarregados de transmitir e de fazer cumprir.
Verdadeiros representantes da Divindade, da qual têm o pensamento, é entre eles que Deus escolhe seus enviados especiais, ou seus Messias para as grandes missões gerais, cujos detalhes de execução são confiados a outros Espíritos, encarnados ou desencarnados, agindo por suas ordens e sob sua inspiração.
Os Espíritos destas três categorias devem concorrer ao grande movimento regenerador que se opera.
Êxtase sonambúlico, Paris 1866
Revista Espírita, fevereiro de 1868