Paulo em Roma II

Paulo preso em RomaObservando-se longa pausa no verbo eloquente do orador, podia ver-se a estranha sensação que a sua palavra havia causado. Nero estava lívido. Tigelino, profundamente irritado, procurava um recurso para insinuar-se com alguma observação menos digna, a respeito do postulante. As raras cortesãs presentes não disfarçavam a indizível comoção que lhes abalara o sistema nervoso. Os amigos do Prefeito dos Pretorianos mostravam-se indignados, rubros de cólera. Depois de ouvir um áulico, o imperador ordenou que o apelante se conservasse em silêncio, até que tomasse as primeiras deliberações.
Estavam todos surpreendidos. Não se podia esperar de um velho franzino e doente tamanho poder de persuasão, um desassombro que raiava pela loucura, segundo as noções do patriciado. Por muito menos, velhos e probos conselheiros da Corte, haviam alcançado o exílio ou a sentença de morte.
O filho de Agripina parecia abalado. Não mais assentava no olho a impertinente esmeralda, à guisa de monóculo. Tinha a impressão de haver escutado sinistros vaticínios. Entregava-se, automaticamente, aos seus gestos característicos, quanto impressionado e nervoso. As advertências do Apóstolo penetravam-lhe o coração, suas palavras pareciam ecoar-lhe nos ouvidos para sempre.
Tigelino percebeu a delicadeza da situação e aproximou-se.
– Divino, exclamou o Prefeito dos Pretorianos, em atitude servil, a voz quase imperceptível, se quiserdes, o atrevido poderá morrer aqui mesmo, ainda hoje!
– Não, não, redargüiu Nero comovido, este homem é dos mais perigosos que tenho encontrado. Ninguém, como ele ousou comentar a presente situação nestes termos. Vejo, por detrás da sua palavra, muitos vultos talvez eminentes, que, conjugando valores, poderiam fazer-me grande mal.
– Concordo, disse o outro hesitante, em voz muito baixa. – Assim, pois, continuou o imperador prudentemente, é preciso parecer magnânimo e sagaz. Dar-lhe-ei o perdão, por agora, recomendando que não se afaste da cidade, até que se esclareça, de todo, a situação dos seguidores do Cristianismo… Tigelino escutava com um sorriso, enquanto o filho de Agripina rematava em voz sumida:
– Mas vigiarás seus menores passos, mantê-lo-ás em custodia oculta, e quando vier a festividade da reconstrução do Grande Circo, aproveitaremos a oportunidade para despachá-lo a lugar distante, onde deverá desaparecer para sempre. O odioso Prefeito sorriu e acentuou:
– Ninguém resolveria melhor o intricado problema. Terminada a breve conversação, imperceptível aos demais, Nero declarou, com enorme surpresa dos palacianos, conceder ao apelante a liberdade que pleiteava em sua primeira defesa, mas reservava o ato de absolvição para quando se apurasse, definitivamente, a responsabilidade dos cristãos.
Paulo retornou ao cárcere, ficando o administrador notificado das últimas disposições a seu respeito. Só então lhe deram liberdade.
Assaz esperançado, procurou os amigos, mas, por toda parte, só encontrava desoladoras notícias. A maioria dos colaboradores, mais íntimos e prestimosos, haviam desaparecido, presos ou mortos. Muitos haviam debandado, temerosos do extremo sacrifício. Por fim, sempre teve a satisfação de reencontrar Lucas. O piedoso médico informou-o dos acontecimentos dolorosos e trágicos que se repetiam, diariamente. Ignorando que um guarda o seguia de longe, para lhe situar a nova residência, Paulo, acompanhado do amigo, atingiu uma casa pobre, nas proximidades da Porta Capena. Necessitando repousar e fortalecer o corpo debilitado, o velho pregador procurou dois generosos irmãos, que o receberam com imensa alegria. Tratava-se de Lino e Cláudia, dedicados servidores de Jesus. Não mais pode encaminhar-se à pregação das catacumbas, dada a prostração física, mas, valia-se da colaboração afetuosa e dedicada de Lucas para as epístolas que julgava necessárias. Nessas, inclui-se a derradeira carta que escreveu a Timóteo, aproveitando dois amigos que partiram para a Ásia.
Embora não abandonasse os trabalhos condizentes com a nova situação, o velho Apóstolo mergulhou-se em profundas meditações, das quais apenas se forrava para atender às necessidades triviais.
Efetivamente, decorridas algumas semanas após a carta de Timóteo, um grupo armado visitou a residência de Lino, depois da meia-noite, na véspera das grandes festividades com que a administração pública desejava assinalar a reconstrução do Grande Circo. O dono da casa, a esposa e Paulo foram presos, escapando Lucas pelo fato de pernoitar em outra parte.
O Apóstolo foi atirado a uma cela escura e incomunicável. Na escuridão do cárcere, que mais se assemelhava a uma cova úmida, deu um balanço retrospectivo em todas as atividades de sua vida, entregando-se a Jesus, inteiramente confiado na sua divina misericórdia.
Não pode dormir, a considerar as horas transcorridas desde o momento da prisão, e concluiu que o dia do sacrifício estaria iminente. Nem uma réstia de luz penetrava o cubículo infecto e acanhado. Percebia, somente, vagos rumores longínquos, que lhe davam idéia da aglomeração popular nas vias públicas. As horas passaram em expectativas que pareciam intermináveis. Depois de angustioso cansaço, conseguiu algumas horas de sono. Acordou mais tarde, já incapacitado de calcular as horas decorridas. Tinha sede e fome, mas orou com fervor, sentindo que fluíam brandas consolações para a sua alma, das fontes da providência invisível. No fundo, estava preocupado com a situação dos companheiros. Um guarda o informara de que enorme contingente de cristãos seria levado ao circo e ele sofria por não ter sido chamado a perecer com os irmãos, na arena do martírio, por amor a Jesus. Mergulhado nessas reflexões, não tardou a sentir que alguém abria, cautelosamente, a porta da enxovia. Conduzido ao exterior, o ex-rabino defrontou seis homens armados que o aguardavam junto de um veículo de regulares proporções.
O Apóstolo, silencioso, obedeceu à escolta. Ataram-lhe as mãos calejadas, brutalmente, com grosseiras cordas. Um vigilante noturno, visivelmente embriagado, aproximou-se e escarrou-lhe na face. O ex-rabino recordou os sofrimentos de Jesus e recebeu o insulto sem revelar o mínimo gesto de amor-próprio ofendido.
Mais uma ordem, tomou lugar no veículo, junto dos seis homens armados que o observavam, admirados de tanta serenidade e coragem.
Chegados aos cemitérios que se enfileiravam ao longo da Via Ápia, as sombras noturnas se desfaziam quase completamente, auspiciando um dia de sol radioso .
O militar que chefiava a escolta mandou parar o carro, e, fazendo descer o prisioneiro, disse-lhe, hesitante:
– O Prefeito dos Pretorianos, por sentença de César, ordenou que fôsseis sacrificado no dia imediato ao da morte dos cristãos votados às comemorações do circo, realizadas ontem. Deveis saber, portanto, que estais vivendo os últimos minutos. Calmo, olhos brilhantes e mãos amarradas, Paulo de Tarso, mudo até então, exclamou, surpreendendo os verdugos com a sua majestosa serenidade:
– Ciente da tarefa criminosa que vos incumbe desempenhar… Os discípulos de Jesus não temem os algozes que só lhes podem aniquilar o corpo. Não julgueis que vossa espada possa eliminar-me a vida, de vez que, vivendo estes fugazes minutos em corpo carnal, isso significa que vou penetrar, sem mais demora, nos tabernáculos da vida eterna, com o meu Senhor Jesus Cristo, o mesmo que vos tomará contas, tanto quanto a Nero e Tigelino!… A patrulha sinistra estarrecia de assombro. Aquela energia moral, no momento supremo, era de molde a abalar os mais fortes. Percebendo a surpresa geral, e, cioso do seu mandato, o chefe da escolta tomou a iniciativa do sacrifício. Os demais companheiros pareciam desorientados, nervosos, trêmulos. O inflexível preposto de Tigelino, porém, ordenou ao prisioneiro que desse vinte passos à frente. Paulo de Tarso caminhou, serenamente, embora, no íntimo, se recomendasse a Jesus, compreendendo a necessidade de amparo espiritual para o testemunho supremo.
Ao chegar no local indicado, o sequaz de Tigelino desembainhou a espada, mas, nesse instante, tremeu-lhe a mão, fixando a vítima, e falou-lhe em tom quase imperceptível:
– Lastimo ter sido designado para este feito, e, intimamente, não posso deixar de lamentar-vos… Paulo de Tarso, erguendo a fronte quanto lhe era possível, respondeu sem hesitar:
– Não sou digno de lástima. Tende, antes, compaixão de vós mesmos, porquanto morro cumprindo deveres sagrados, em função de vida eterna, enquanto que vós ainda não podeis fugir às obrigações grosseiras da vida transitória. Chorai por vós, sim, porque eu partirei buscando o Senhor da Paz e da Verdade, que dá vida ao mundo, ao passo que vós, terminada vossa tarefa de sangue, tereis de voltar à hedionda convivência dos mandantes de crimes tenebrosos da vossa época!… O algoz continuava a fitá-lo com assombro e Paulo, notando a tremura com que ele empunhava a espada, concitou-o resoluto:
– Não tremais!… Cumpri vosso dever até ao fim! Um golpe violento fendeu-lhe a garganta, secionando, quase inteiramente, a velha cabeça que se nevara aos sofrimentos do mundo.
Paulo de Tarso caiu redondamente, sem articular uma palavra. O corpo alquebrado embolou-se no solo, como um despojo horrendo e inútil. O sangue jorrava em golfões nas últimas contrações da agonia rápida, enquanto a expedição regressa, penosamente, muda, dentro da luz matinal e triunfante.
O valoroso discípulo do Evangelho sentia a angústia das derradeiras repercussões físicas, mas, aos poucos experimentava uma sensação branda de alívio reparador. Mãos carinhosas e solícitas pareciam tocá-lo, de leve, como se arrancassem, tão só nesse contato divino, as terríveis impressões dos seus amargurosos padecimentos. Tomado de surpresa, verificou que amigos generosos desejavam assisti-lo, em lugar mais conveniente, para que lhe não faltasse a doce consolação da morte tranqüila. Depois de alguns minutos as dores haviam desaparecido por completo. Guardando a impressão de permanecer à sombra de alguma árvore frondosa e amiga, experimentava a carícia das brisas matinais que passavam em lufadas frescas. Tentou levantar-se, abrir os olhos, identificar a paisagem. Impossível! Sentia-se fraco, qual convalescente de moléstia prolongada e gravíssima. Reuniu as energias mentais, como lhe foi possível, e orou, suplicando a Jesus permitisse o esclarecimento de sua alma, naquela nova situação. Sobretudo, a falta da visão deixava-o submerso em angustiosa expectativa.
Recordou os dias de Damasco, quando a cegueira lhe invadira os olhos de pecador, ofuscados pela luz gloriosa do Mestre. Lembrou-se do carinho fraternal de Ananias e chorou ao influxo daquelas singulares reminiscências. Depois de grande esforço, conseguiu levantar-se e refletiu que o homem precisava servir a Deus, ainda que tateasse em densas trevas.
Foi aí que ouviu passos de alguém que se aproximava de leve. Ocorreu-lhe, subitamente, o dia inesquecível em que fora visitado pelo emissário do Cristo, na pensão de Judas.
– Quem sóis? Perguntou como o fizera outrora, naquele lance inolvidável. – Irmão Paulo… – começou a dizer o recém-chegado. Mas o Apóstolo dos gentios, identificando aquela voz bem-amada, interrompeu-lhe a palavra, bradando com júbilo inexprimível:
– Ananias!… Ananias!… E caiu de joelhos, em pranto convulsivo. – Sim, sou eu – disse a veneranda entidade pousando a mão luminosa na sua fronte. Um dia Jesus mandou que te restituísse a visão, para que pudesses conhecer o caminho áspero dos seus discípulos e hoje, Paulo, concedeu-me a dita de abrir-te os olhos para a contemplação da vida eterna. Levanta-te! Já venceste os últimos inimigos, alcançaste a coroa da vida, atingiste novos planos da Redenção!… O Apóstolo levantou-se afogado em lagrimas de jubilosa gratidão, enquanto Ananias, pousando a destra nos seus olhos apagados, exclamou com carinho:
– Vê, novamente, em nome de Jesus!… Desde a revelação de Damasco, dedicaste os olhos ao serviço do Cristo! Contempla, agora, as belezas da vida eterna, para que possamos partir ao encontro do Mestre Amado! Então, o devotado trabalhador do Evangelho reconheceu as maravilhas que Deus reserva aos seus cooperadores, no mundo cheio de sombras. Tomado de espanto, identificou a paisagem que o rodeava. Não longe, estavam as catacumbas da Via Ápia. Misteriosas forças o haviam afastado do quadro triste em que se decompunham os despojos sangrentos. Sentiu-se jovem e feliz. Compreendida, agora, a grandeza do corpo espiritual no ambiente estranho aos organismos da Terra. Suas mãos estavam sem rugas, a epiderme sem cicatrizes. Tinha a impressão de haver sorvido um misterioso elixir de juventude. Uma túnica de alvura resplandecente envolvia-o em graciosas ondulações. Mal despertava do seu deslumbramento, quando alguém lhe bateu, levemente, no ombro. Era Gamaliel que lhe trazia um ósculo fraternal. Paulo de Tarso sentiu-se o mais ditoso dos seres. Abraçando-se ao velho mestre e a Ananias, num só gesto de ternura, exclamava entre lágrimas:
– Só Jesus me poderia conceder alegria igual a esta! Mal acabara de o dizer, começaram a chegar velhos companheiros de lutas terrenas, amigos de outros tempos, irmãos desvelados que lhe vinham trazer as boas vindas, ao transpor os umbrais da eternidade. Os deslumbramentos do Apóstolo sucediam-se ininterruptos. Como se ficassem em Roma, à sua espera, todos os mártires das festividades da véspera chegaram cantando, nas proximidades das catacumbas. Todos queriam abraçar o generoso discípulo, oscular-lhe as mãos. Nesse ínterim, dando a impressão de nascer em maravilhosas fontes do mais além, ouviu-se uma cariciosa melodia acompanhada de vozes argentinas, que deviam ser angélicas . Surpreendido com a beleza da composição, intraduzível na linguagem humana, Paulo ouvia o venerando amigo de Damasco, que explicava solícito:
– Este é o hino dos prisioneiros libertados!… Observando-lhe a intensa comoção, Ananias perguntou qual o seu primeiro desejo, na esfera dos redimidos. Paulo de Tarso, intimamente, recordou Abigail e os anelos sagrados do coração, como aconteceria a qualquer ser humano; mas, integrado no ministério divino, que manda esquecer os caprichos mais singelos, e sem trair a gratidão à misericórdia do Cristo, respondeu comovidamente:
– Meu primeiro desejo seria rever Jerusalém, onde pratiquei tantos males e, ali, orar a Jesus, para ofertar-lhe o meu agradecimento. Tão depressa o disse e a luminosa assembléia se punha em movimento. Assombrado com o poder da volitação, Paulo observava que as distâncias nada representavam, agora, para as suas possibilidades espirituais.
De mais alto continuavam fluindo harmonias de sublimada beleza. Eram hinos que exaltavam a ventura dos trabalhadores triunfantes, e a misericórdia das bênçãos do Todo-Poderoso.
Paulo desejava imprimir à divina excursão o sabor de suas reminiscências. Para esse fim, o grupo seguiu ao longo da Via Ápia até Arícia, de onde se desviou em direção a Pouzzoles, em cuja igreja se deteve em preces, por alguns minutos de ventura inigualável. Daí a caravana espiritual demandou a Ilha de Malta, transportando-se, em seguida, para o Peloponeso, onde Paulo se extasiou na contemplação de Corinto, dando curso a recordações carinhosas e doces. Inflamados de entusiasmo fraternal, os componentes da caravana acompanhavam o valoroso discípulo, no caminho das sagradas lembranças que lhe vibravam no coração. Atenas, Tessalonica, Filipes, Neapólis, Tróade e Éfeso foram pontos nos quais o Apóstolo estacionara, demoradamente, orando com lágrimas de gratidão ao Altíssimo. Atravessadas as zonas da Panfília e da Cilícia, entraram na Palestina, tomados de júbilo e sagrado respeito. Em todos os caminhos incorporavam-se emissários e trabalhadores do Cristo. Paulo não conseguia avaliar a alegria da chegada a Jerusalém, sob o prodigioso azul do crepúsculo.
Obedecendo ao alvitre de Ananias, reuniram-se no cimo do Calvário e ali cantaram hinos de esperanças e de luz.
Lembrando os erros do passado amarguroso, Paulo de Tarso ajoelhou-se e elevou a Jesus fervorosa súplica. Os companheiros remidos recolheram-se em êxtase, enquanto ele, transfigurado, em pranto, procurava exprimir a mensagem de gratidão ao Divino Mestre. Desenhou-se, então, na tela do Infinito, um quadro de beleza singular. Como se houvesse rasgado a imensurável umbela azul, surgiu na amplidão do espaço, uma senda luminosa e três vultos que se aproximavam radiantes. O Mestre estava no centro, conservando Estevão à direita e Abigail ao lado do coração. Deslumbrado, arrebatado, o Apóstolo apenas pode estender os braços, porque a voz lhe fugia no auge da comoção. Lágrimas abundantes perolavam-lhe no rosto, também transfigurado. Abigail e Estevão adiantaram-se. Ela tomou-lhe, delicadamente, as mãos, num assomo de ternura, enquanto Estevão o abraçava com efusão.
Paulo quis lançar-se nos braços dos dois irmãos de Corinto, beijar-lhes as mãos, no seu arroubo de ventura, mas, qual a criança dócil que tudo devesse ao mestre dedicado e bom, procurou o olhar de Jesus, para sentir-lhe a aprovação.
O Mestre sorriu, indulgente e carinhoso, e falou:
– Sim, Paulo, seja feliz! Vem, agora, a meus braços, pois é da vontade de meu Pai que os verdugos e os mártires sem reúnam, para sempre, no meu reino!… E assim unidos, ditosos, os fiéis trabalhadores do Evangelho da redenção seguiram as pegadas do Cristo, em demanda às esferas da Verdade e da Luz…
Lá em baixo, Jerusalém contemplava, embevecida, o dilúculo vespertino, esperando o luar que não tardaria, com os primeiros clarões…

Contemporâneos de Paulo de Tarso

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