CAPÍTULOS I, II, III E IV
O autor do apocalipse abre o seu livro apresentando-o como uma revelação de Jesus Cristo, sobre as coisas que haviam de acontecer, inclusive a futura vinda do Mestre à Terra, em Espírito, e cercado da glória de seus anjos. – Apocalipse, I, 7 (São Mateus, XXV, 31 a 46)
Narra como se deu a sua visão e as palavras que ouviu “como a voz de trombeta”, e a recomendação que teve de se dirigir às “sete igrejas”, representadas por “sete candeeiros”, assistidas por “sete espíritos”, simbolizados por “sete estrelas”. – Apocalipse, I, 10 a 20.
Nessa visão salienta-se a “espada de dois gumes” que sai da boca do excelso Espírito (Jesus). Essa espada é o símbolo do poder e da justiça. É a palavra divina, que no dizer de São Paulo, é a poderosa arma, com a qual será restabelecido o reinado do Cristo na Terra. É, finalmente, o Evangelho, o Verbo, essa espada que vibra golpes arrojados matando a hipocrisia, aniquilando o erro e defendendo os espíritos de boa vontade na luta terrível das “trevas” contra a “luz”.
Em seguida, transcreve as “cartas às sete igrejas”(1): Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia, cartas essas dignas de serem lidas, e que dispensam perfeitamente o trabalho de tradução, pois se acham escritas em linguagem popular e ao alcance de todos. (1) Apocalipse, II e III.
No capítulo IV, o autor continua escrevendo sobre a sua visão cheia de quadros que se desdobram às suas vistas e que representam as letras com que se escrevem as “coisas espirituais”, que as palavras humanas não podem traduzir. A linguagem espiritual se manifesta por meio de símbolos que ferem a imaginação e dão uma ideia relativa das coisas que existem. Entretanto, não podem ser percebidas pelos nossos sentidos materiais, grosseiros.
Por exemplo nós lemos: “um mar de vidro semelhante ao cristal, (Apocalipse, IV, 6.) que representa o céu; as quatro criaturas viventes: o leão, o novilho, o homem e a águia voando” (Apocalipse, IV, 7 e 8), que representam o poder, a criação, a sabedoria e a eternidade; todos entoando o cântico celeste: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus Todo-poderoso, que era e que há de ser.”
Os Espíritos puros, mensageiros da Revelação, que é a pedra fundamental da igreja do Cristo, (São Mateus, XVI, 17 e 19) são representados por “vinte e quatro anciãos vestidos de roupas brancas, tendo nas suas cabeças coroas de ouro.” (Apocalipse, IV, 4 e 5)
Por Cairbar Schutel. Primeira edição deste livro ocorreu no dia 21 de setembro de 1918.