Provas da imortalidade que Jesus deu a seus discípulos

Magnífica narrativa! Quem poderá negar-lhe a veracidade e o sucesso que causou aos povos daquele tempo tão estupenda manifestação?
Era passado o sábado gordo, o Sol brilhava no firmamento em caminho do poente; caminhavam dois homens em busca de Emaús, e caminhavam relembrando as cenas sanguinolentas verificadas no Gólgota: a morte do inocente, a tirania de Herodes, o servilismo de Pilatos, Anás e Caifás, os sumos sacerdotes; a degradação e a indiferença de uns e a malevolência de outros; a perversão da opinião pública que preferiu Barrabás ao Cristo! Caminhavam sob a impressão pungente da morte dolorosa que se dera àquele em que eles viam a redenção de Israel, quando Jesus redivivo lhes aparece, com eles conversa e, censurando a insensatez com que interpretavam as Escrituras, acompanha-os e se lhes mostra, no partir do pão, quando se achavam prontos para a ceia!
Insensatos e tardos de coração – embora discípulos do Nazareno – não podiam, sem que se lhes abrisse o entendimento, compreender as verdades reveladas pelos profetas ou médiuns, precursores da Boa Nova Cristã.
Mas a crença na Verdade não os havia ainda libertado do erro; voltaram os dois para Jerusalém, onde se uniram aos onze apóstolos e ao narrarem a aparição do Senhor a Simão, e como o reconheceram ao partir do pão, eis que Jesus no meio deles se apresenta, envolvendo-os nos eflúvios de sua Paz: Pax vobis; ego sum, nolite timere. Paz seja convosco: sou eu, não temais.
Julgando ver um ser impalpável, idêntico aos Espíritos de diversas categorias que, é certo, tinham visto muitas vezes, assustaram-se, mas Jesus, que já tinha subido ao Pai e do Supremo Criador recebera a Palavra, segundo a qual deveria tornar-se não somente visível, mas ainda tangível àqueles que deviam secundar os seus pés, ordena-lhes que o toquem e considerem que os Espíritos que lhes têm aparecido não são de carne e osso.
Era mesmo difícil aos futuros Apóstolos do Cristianismo acreditarem na materialização de Espíritos, fato que, provavelmente, até aquele momento somente três entre eles haviam observado.
O Amado Filho de Deus não se agasta com a falta de compreensão dos doze e prefere dar-lhes provas convincentes da Verdade anunciada: Tendes aqui alguma coisa que se coma? Eles apresentaram-lhe uma posta de peixe e um favo de mel, e Jesus comeu diante deles.
Destarte ficaram preparados para receber o DOM que lhes fora prometido, ordenando-lhes o Mestre que demorassem na cidade até que fossem revestidos da Força do Alto.
O fogo de Pentecostes ainda não tinha baixado do Céu, mas o cumprimento da profecia de Joel ia ter o seu início.
Os Apóstolos precisavam receber o batismo de fogo do Amor de Deus; no Cenáculo ia ter lugar a mais importante sessão espírita que a História relembra. Os médiuns de variedades de línguas, de prodígios, de maravilhas iam ser desenvolvidos e os DONS de Curar, da Fé, da Palavra, da Escrita, da Ciência, de Discernir os Espíritos iam ser concedidos aos Discípulos para o exercício de sua elevada missão.

Cairbar Schutel, do livro Parábolas e Ensinos de Jesus, 1ª Edição – 1928.

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